O mundo passou por diversas mudanças sociais,
culturais e tecnológicas e o setor industrial também acompanhou esses avanços,
onde saímos de uma produção de “qualquer cor de carro desde que seja preto”
para uma produção voltada para a personalização das demandas e máxima
satisfação nas relações B2B e B2C. Saímos da produção massificada e cheia de
desperdícios, onde pouco importava a saúde dos trabalhadores, nem os impactos
ambientais e sociais que a atividade industrial gerava para o ambiente para uma
produção enxuta e preocupada com o bem-estar sócio ambiental.
Porém, como nem tudo é um mar de rosas, ainda sofremos com a mentalidade arcaica de parte do setor industrial do Brasil, principalmente no que se refere à relação B2C. Contextualizando um pouco, B2C é uma abreviação da expressão “business to consumer”, que significa as estratégias de relacionamento realizadas por uma empresa para chegar aos seus clientes. Essas estratégias são munus ordinem do setor de Marketing das empresas, mas pela falta da real compreensão do significado dessa área essencial para qualquer organização é que esse gap de relacionamento se torna a causa do insucesso de várias indústrias em um mercado cada vez mais competitivo e com clientes cada vez mais exigentes.
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Gosto de utilizar um conceito mais humanístico do
que é Marketing, que o traduz como função organizacional responsável por criar,
comunicar, trocar e entregar valor para seus clientes e stakeholders em geral. Esse conceito gera a necessidade das
empresas trabalharem seus esforços no encantamento dos seus clientes e no
bem-estar social do ambiente onde elas estão inseridas, onde se tem o lucro
(parte essencial para as relações comerciais) como consequência dos esforços de
mercado.
É justamente esse conceito que muitas vezes é ignorado por parte do complexo parque industrial brasileiro. Para essa parcela de indústrias, o lucro, e só ele, é o que importa para o negócio e as áreas que trabalham com construtos mais abstratos, como por exemplo gestão de pessoas e o próprio marketing, não são tão relevantes quanto as áreas que trabalham diretamente com o setor de produção.
Além disso, existem alguns paradigmas funcionais
que precisam ser quebrados em relação ao marketing nas indústrias, como por
exemplo, “marketing é apoio comercial”. Essas áreas são complementares, ficando
a cargo do setor comercial estar à frente do front office de vendas, avaliando o desempenho do setor e gerando
insumos para uma melhor decisão sobre as vendas por parte do nível estratégico
da empresa. “Marketing é divulgação” pode ser considerado outro paradigma que
recorrentemente acontece nas empresas. Marketing tem um arcabouço de atuação
muito mais complexo que simplesmente divulgar produtos, que vai desde colher
informações do mercado de atuação da empresa (potenciais clientes, potenciais
concorrentes, Market share) a
elaborar o Plano de Marketing da empresa contendo a correlação entre a venda e
seu respectivo público-alvo, preço praticado e canais de venda.
Certamente existem diversas empresas de atuação
mundial que atuam em um nível de excelência no que se refere às práticas de marketing,
mas ainda precisamos trabalhar melhor esses conceitos a nível nacional,
maximizando a geração de valor agregado de nossas indústrias para seus
clientes, tendo o tão desejado lucro como consequência dos esforços para
encantá-los.
Palti
Talmai
Market Planning da StarPrint e
Ex-Diretor de Marketing da ADM Soluções